O Itaquerão começou a sair do papel, mas ainda não se sabe a que custo. Mesmo após o início das obras de terraplanagem do futuro estádio do Corinthians, a construtora Odebrecht, responsável pelo empreendimento, desconversa sobre o orçamento final do projeto, que atualmente é de R$ 1,07 bilhão.
O processo iniciado nesta segunda-feira tem como objetivo planificar o terreno acidentado em Itaquera, na zona leste de São Paulo. O contrato que existe atualmente prevê apenas essa parte da obra, que está sendo bancada pela Odebrecht, mas deve acabar em cerca de três meses.
Daí em diante, tudo segue sendo uma incógnita. O Corinthians diz estar em negociação com a construtora e já descartou o orçamento atual. A direção chegou até a procurar outras empresas que pudessem apontar maneiras de reduzir o preço do Itaquerão.
A Odebrecht, por sua vez, faz pouco caso do problema. Frederico Barbosa, engenheiro responsável pela obra que compareceu ao início dos trabalhos nesta segunda, chegou até a dizer que estava tudo certo para que a segunda etapa da construção começasse em julho ou agosto. A assessoria de imprensa da empresa, no entanto, confirmou que o contrato para a implantação das fundações ainda não foi assinado e não soube informar nenhum valor relacionado à obra.
Este novo compromisso ainda está sendo negociado. A construtora apresentou, há três semanas, o projeto atualizado ao Corinthians e à Prefeitura de São Paulo. Com a inclusão das novas exigências da Fifa, o preço saltou de R$ 700 milhões para mais de R$ 1 bilhão, valor considerado proibitivo pelas partes envolvidas.
No panorama inicial, a Odebrecht usaria R$ 400 milhões da linha de crédito especial do BNDES para a Copa do Mundo de 2014 e o Corinthians devolveria esse dinheiro com a venda dos naming rights de sua “casa”. Os outros R$ 300 milhões viriam como incentivos fiscais da Prefeitura, que pode, por lei, conceder tais benefícios a quem invista na zona leste de São Paulo.
Só que esses R$ 300 milhões excedentes estão sobrando na conta. A Prefeitura descartou investir mais no projeto, e o Corinthians também não quer assumir o compromisso. Cartolas e políticos, então, negociam com a Odebrecht uma possível redução do orçamento, que ainda não foi definida
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